Coletânea de Entrevistas Virtuais Minas Gerais Gente Que Fez a História do Brasil
Rogério Alvarenga, cadeira nº 30 - Patrono Diogo de Vasconcelos
Rogério Alvarenga, cadeira nº 30 - Patrono Diogo de Vasconcelos
Tiradentes envolveu-se, juntamente com personalidades civis, militares e religiosas de Ouro Preto, no sentido de libertar o Brasil do jugo do colonizador português. Foi denunciado, preso durante três anos no Rio de Janeiro, julgado por uma corte de juízes portugueses e condenado a morte pela rainha D. Maria I de Portugal. Para tanto, seus companheiros foram condenados ao exílio perpétuo. Tiradentes foi enforcado em praça pública no Rio de Janeiro e esquartejado a machado, no local, em 5 partes que foram fincadas em postes altos nas estradas do estado de Minas Gerais. O dia do seu enforcamento, 21 de abril, é o feriado nacional.
Mas, finalmente teve que confessar!
Eis uma versão imaginária de um depoimento de Tiradentes, frente a um juiz inquisidor, na busca de sua possível confissão como chefe da conspiração de Vila Rica:
“Não fale essa palavra confessar! Nada tinha a confessar. Poderia relatar as ocorrências, mas nunca em forma de confissão policial. Não cometi um deslize sequer que acusasse a minha consciência, o meu foro íntimo. Tudo em plena convicção em louvor à minha pátria. Mas o tribunal me pressionou mais uma vez. “Você é o cabeça do motim da capitania de Minas Gerais! Você é o louco da sedição! Você convocou e convenceu até estrangeiros! Você é um covarde, alferes traidor de sua Majestade! Todos os seus companheiros, padres, juristas, militares, mineradores, empresários são unânimes em confirmar que suas palavras inflamadas levaram todos à desgraça, ao infortúnio, ao sofrimento sem limites! Confesse, traidor!.” Prosseguiram mais acusando do que perguntando. Na minha vez, respondi: “Projetei, sim, o levante para criar uma pátria livre e rica! Sempre neguei, mas não foi por covardia. Não queria implicar meus amigos e companheiros justamente para preservar a integridade de cada um deles. Todos me ouviam, me incentivavam e me acompanhavam. Tudo neguei por eles! Pelos meus amigos! Digo, agora, diante destas circunstâncias, com a clareza das minhas convicções – sim, é verdade que eu premeditava esse levante. É minha a ideia. Planejei tudo sozinho! Tenho a fronte erguida para os meus ideais de uma pátria livre e independente do jugo português! E queiram os senhores juízes deste tribunal ou não, mais hoje, mais amanhã as sementes germinarão e o Brasil será uma das maiores nações livres do mundo! Livre do jugo de quem quer que seja! Esta é a minha convicção inabalável. Nunca uma confissão! Não ocultarei a mais leve coisa da verdade. Faltar a ela seria me desculpar, o que não o faço e nunca farei!”
O povo brasileiro reverencia o alferes Tiradentes como, de fato e de direito, o PATRONO CÍVICO DA NAÇÃO BRASILEIRA, PATRONO DA POLÍCIA MILITAR E CIVIL DO BRASIL E PROTOMÁRTIR DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.