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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

O PROFESSOR BRASILEIRO

Rogério Alvarenga, cadeira nº 30 - Patrono Diogo de Vasconcelos



O PROFESSOR BRASILEIRO 

Ser professor: uma escolha de poucos. Nos últimos anos, tornou-se comum a noção de que cada vez menos jovens querem ser professores. “Se eu quisesse ser professor, minha família não ia aceitar, pois investiu em mim. É uma profissão que não dá futuro." 

O professor J.S. levanta-se às 5h da manhã, chega ao colégio para aulas de 7 ao meio dia. De 14h às 17, aulas em outro colégio. Pega uma van e viaja uma hora para outra cidade. Aulas até as 22h. Chega a casa à meia-noite. E um aluno de faculdade perguntou-lhe um dia: “além de dar aulas, o senhor também trabalha?” 

A crise da educação, com a baixa qualidade do ensino, é despejada sobre os professores. A primeira vítima. Ele não está desempenhando de forma eficiente o seu trabalho. Está mal preparado. As pesquisas falam, fotografam, mas não focam. Por que não focar que o professor vive cansado de tantas e tantas atividades que a sua função requer? Excesso de tarefas causam esgotamento físico, intelectual, mental e moral – burocracia: diários de classe, planos de aula, fichas avaliativas, correções, testes, provas, projetos – além de enfrentar o problema da indisciplina escolar, difundida com as conversas constantes, bagunças, uso frequente e indevido de aparelhos eletrônicos, celulares, além disso tudo, enfrentam as salas superlotadas. 

Sobre eles ainda rondam os supervisores, coordenadores em busca de resultados. E, com todo esse trabalho, com essa pressão sobre o professor, o salário que recebe não tem correspondência com o seu esforço e com o seu desgaste emocional [......] E assim, [...]O professor suporta? 

A bagunça em sala de aula? Custa 20% da aprendizagem. E tira quanto do professor? Os outros 80% em estresse. Corta-se a autoridade do professor até mesmo dentro da sua sala de aula. Os alunos são os clientes, por isso, têm direito a tudo. Aos professores cumpre respeitá-los com subserviência [...] 

E vem a seguir, a inclusão escolar em contraposição à homogeneização de turmas [...]. Atinge o ideal para a humanidade, mas sobrou o real exclusivamente para o professor na sua nobre missão de ensinar. Incluem à sala de aula pessoas que precisam de cuidados e tratamento educacional para juntarem-se democraticamente. O professor tem que adaptar-se às novas contingências e atender igualmente a todos. [...] tudo fácil e simples. Atende-se a determinação das autoridades. Quando o professor reage, é tratado de preconceituoso. Inclusão não é somente isso. Parte de um conceito universal de igualdade de tratamento a todos os seres humanos. Sem preconceitos ou rejeições. 

As autoridades educacionais dizem que tudo está sendo feito da melhor forma possível, ou melhor, tudo está resolvido. A tendência é desfocar a problemática do real da inclusão e jogar tudo para debaixo do tapete. Soluções para a crise da educação? Se houver algum interesse terão que encontrar. Atualmente, falta o básico e fundamental: o interesse. 


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