OS LIVROS
Os livros são os veículos que transportam as informações e o conhecimento da humanidade, através dos séculos. Portanto, inegavelmente, são impulsores do desenvolvimento humano.
Uma reverência imediata a Johannes Gutemberg (1398 - 1468), em reconhecimento pelo invento da prensa, por volta de 1450, na Alemanha. Daí pra cá, o mundo vem se transformando rapidamente. Agora, transformando dia a dia, tão rápidas são essas mudanças.
Por mais assustador que possa parecer, esse livro está na mira do desenvolvimento tecnológico.do século 21. Que fazer? Aguardar? O tempo, neste século, acabou. Tempo subdividido, fragmentado em tantas motivações diferentes que não há um minuto pra mais nada. Tudo correria. Nada de ficar parado, sentado. Se dormir no ponto, a carruagem passa e vai embora. Alcançá-la vai ser difícil. Tantas coisa para ver, ouvir, atualizar, aprender, modificar. E deletar e reaprender. São modificações repentinas. Algumas, inacreditáveis.
Não se escolhem vítimas. Jovens e adultos estão no mesmo barco. Os jovens se misturam no seu mundo de novidades, mas os adultos sofrem os maiores impactos. Têm que jogar fora, têm que descartar conceitos, hábitos, informações a cada momento. Tão apegados a isso que os faz sofrer ao resistir. Adaptação somente a ferro e fogo, tudo pela sobrevivência. Ao negar, serão relegados.
E como ficam os livros?
Há tentativas de salvamento, prevenindo-se uma derrocada fatal. Ainda se pensa que a humanidade não sobrevive sem eles. Existem centenas de eventos com o incentivo à leitura e ao livro. Encontros, seminários, feiras e bienais.
A educação hoje é centrada em livros. Entretanto, o poder do mundo econômico e a luta pelo lucro têm colocado as editoras, as fábricas dos livros, numa encruzilhada. Isso, em controvérsia, tem feito uma derrocada na educação. O maior mercado livreiro é realmente centrado no livro didático para os estudantes do ensino fundamental. Por isso, a carga de marketing caiu sobre os jovens. O reflexo atinge os pais ou o governo financiador. Os empresários do setor editorial acharam a mina.
Os atuais livros didáticos, mesmo aprovados e distribuídos pelo Ministério da Educação, estão merecendo considerações especiais. Apresentam deficiências generalizadas, principalmente quanto a aspectos formais. Pesadões, disformes, inaproveitáveis. Parece pouco, mas as mochilas dos estudantes são cargas inacreditáveis. Ninguém pensou nisso? Em síntese, parece que o estudante é um burro de carga. Conteúdo? Sem comentar detalhadamente, estão envolvidos em quadros de cores diversificadas, supondo-se que essas formas coloridas são a modernidade. Triste engano. Páginas abarrotadas de informações que não dão descanso ou alívio ao estudante. Tem pai que é cego e nada vê e nada reclama. Há diretores de estabelecimentos que participam ou se envolvem e professores indefesos. Finalmente, o IDEB (Índice de desenvolvimento do ensino básico) no Brasil vai continuar rastejante. Mesmo para a leitura e para as contas. O estudante do ensino público não passa da primeira página. E os estudantes amam os seus livros ou estão preferindo o mestre Google? Ou o whatsapp? Tão competentes e serviçais. Disponíveis a qualquer hora do dia ou da noite.
Assim, com tantos algozes, como tirar o livro da mira do desenvolvimento tecnológico? As editoras, também, por sua vez, estão indo com muita sede ao pote.