- Ambientado nos Primeiros anos do reinado de D. Pedro II (1840 – 1889)
Isaura, escrava mestiça e órfã de mãe, foi criada como sinhazinha pela patroa. Entre ambas havia afeto de mãe e filha. Com a morte dos patrões torna-se propriedade do herdeiro Leôncio, casado, mas obcecado pela escrava, objeto também do interesse de outros homens. O pai da protagonista, um feitor branco e livre juntava dinheiro para comprar a liberdade da filha, mas Leôncio sempre pedia quantia maior. Pai e filha trocaram de nomes e fugiram para Recife. Lá ela conhece um rapaz riquíssimo e se apaixonam. Objeto de recompensa, a fugitiva é denunciada. Leôncio leva-a de volta à fazenda e planeja casá-la com outro empregado, uma figura grotesca. Entretanto, o namorado e grande amor de Isaura aparece para salvá-la. Havia comprado todas as dívidas de Leôncio, tornando-se assim dono da fazenda e dos escravos. Leôncio, desesperado, matou-se. - Isaura é uma figura típica: poço de virtudes, conformada, servil, vitima da situação social e do machismo, um joguete dos donos da situação. Passiva, só lutou quando se tratava de defender sua honra. É uma figura idealizada, bem de acordo com a literatura romântica e linha dos folhetins em que as pessoas boas não têm defeitos e sofrem muito. Os vilões são a representação do mal e no fim da história recebem o castigo merecido. Escrito e lançado em 1875, exatamente 13 anos antes da Abolição, o livro vem a propósito como propaganda sobre os horrores da escravidão. O cenário é uma rica fazenda em Campos dos Goitacases. Representa o romantismo na Literatura Brasileira.
Marilene Lemos, Cadeira 22 - Patrono Mestre Atayde