QUANDO O NATAL CHEGAR
Até o Natal chegar
quero caminhar da escuridão para a luz.
Esquecer os dias sombrios.
Não questionar a claridade e o sentido da penumbra.
Até o Natal chegar
quero descobrir onde pus
a serenidade de dias perdidos,
ainda que descubra
o que me conduz.
E a validade dos tempos idos.
Quando o Natal chegar
Vou me lembrar
de muitos Natais alegres,
sem lágrimas que a vista embaralha:
árvore com bolas coloridas, mesa farta,
e um menino sorridente numa cama de palha
Quando o Natal chegar
Não traçarei paralelos:
A mãe do menino, véu sobre os cabelos
E muitas mães embalando berços.
Elos de ternura no olhar
Quando o Natal chegar
quero esquecer o destino
daquele menino.
E de muitos meninos
subindo ou descendo ladeiras.
Inúmeras maneiras
de carregar uma cruz.
Quando o Natal chegar
quero apagar o tempo, jamais
lembrar do fenecer.
Só vislumbrar a luz infinita
que o menino, em dimensão bendita
espalha em forma de sinais.