REUNIÃO TODA PRIMEIRA QUARTA-FEIRA DO MÊS, ÀS 16H EM NOSSA SEDE. Rua da Bahia 1148 – sala 811- Centro -BH/MG

Pesquisar este blog

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

FIGURAS FEMININAS DA LITERATURA BRASILEIRA - GABRIELA



GABRIELA 
GABRIELA, CRAVO E CANELA - JORGE AMADO






Publicado em1958, é ambientado na década de 20 do séc. passado na cidade de Ilhéus, litoral bahiano.


Gabriela, retirante nordestina, foi contratada como cozinheira pelo turco Nacib, proprietário de um bar. Logo tornou-se parceira de cama do Nacib. De beleza natural, até selvagem, fazia sucesso entre os frequentadores do bar quando levava a comida do patrão e os tira-gostos, indispensáveis ao bom consumo de bebidas. Tornou-se cobiçada como mulher e como cozinheira. Gabriela tornou-se objeto de inveja e reprovação das distintas senhoras da cidade ao notarem seus maridos encantados pela moça. Com medo de perdê-la, Nacib tornou-a sua esposa e tentou transformá-la numa dama, levando-a a frequentar a sociedade de Ilhéus. Gabriela detestava calçar sapato de salto apertado, meias, e nem entendia as normas da sociedade. Porque casar, estava bom do jeito que estava. Ela não se dava conta de seu poder de sedução, era completamente amoral, instintiva. Reprimida pelo que lhe diziam ser inadequado, perdeu a alegria natural, como um animalzinho fora de seu Habitat. Ela gostava muito de Seu Nacib, mas que importância haveria se aceitasse os galanteios de outro? E até partilhasse a cama com outro? Mundinho Falcão, falso amigo do turco, metido a conquistador, aproveitou-se da situação e foi pego em situação comprometedora junto a Gabriela. Foi um deus nos acuda e segundo a moral vigente, Nacib deveria matar os dois. Ele não teve coragem e sentiu-se um covarde. Os amigos resolveram a situação: o casamento não era válido pois os documentos foram forjados. Após um período de separação e saudades, tudo voltou ao que era antes. Gabriela foi novamente contratada, mas só como cozinheira. O modelo tradicional da sociedade de ilhéus mudou, antes e depois de Gabriela.

Marilene Lemos, Cadeira 22 - Patrono Mestre Atayde