DONA LOLA
ÉRAMOS SEIS – MADAME LEANDRO DUPRÉ
Ambientado entre os anos de 1924, 1932, até 1940.
Lançado em 1943, é narrado pela personagem principal, Eleonora, apelido Dona Lola, já idosa. A metáfora usada mostrando a saída de cada membro do clã familiar é o número de pacotes de doces que recebiam da mãe e irmã, doceiras em cidade do interior de São Paulo. Antes do Natal podiam contar com seis pacotinhos de cada variedade de doce. No final do livro Dona Lola registra que a irmã lhe enviara no último Natal apenas um pacote de goiabada, um pacote de doce de leite, um de cocada... Morre o marido, morre o filho mais velho, um outro vagando pelo mundo, os dois mais novos formando novos lares. A autora inicia a história assim: _ Ainda ontem passei por lá... referindo-se à rua e casa onde morou quase a vida inteira, localizada na Av. Angélica, capital de São Paulo. A história se desenrola entre as revoluções de 1924, 1932 e até a Segunda Guerra Mundial. O marido Júlio era boa pessoa, mas às vezes exagerava na bebida. O filho mais velho, Carlos, muito ajuizado, de saúde frágil. Alfredo, desde pequeno prenunciava os desgostos que lhe daria mais tarde. Julinho já mostrava pendores para o comércio. Izabel, a caçulinha, criada com mimos, decepcionou a mãe com um casamento inadequado. Conhecemos então o cotidiano da família, momentos de alegria, perigo, tristeza, coragem, vidas de familiares, vizinhos, amigos. Dona Lola é aquela mulher forte, mas com momentos de fragilidade, indo assim vencendo os obstáculos como milhares de outras no dia a dia de suas vidas. Mulheres cuidando do orçamento doméstico, fiel da balança garantindo o equilíbrio familiar, tomando as rédeas da situação quando é preciso.
Marilene Lemos, Cadeira 22 - Patrono Mestre Atayde