EMÍLIA
Na ficção Emília é uma boneca de pano feita por Tia Nastácia para a menina Narizinho, a menina do nariz arrebitado. Narizinho morava no Sítio do Pica-Pau Amarelo, de sua avó Dona Benta, onde também viviam os personagens mais fantásticos. Um dia Narizinho quis que Emília tivesse vida própria e pediu ao Dr. Caramujo que lhe desse uma pílula falante. Ele assim o fez e ela passou a falar, até demais e andar como uma menina de verdade. Sua primeira fala foi: _ Que gosto de sapo na boca... Monteiro Lobato, o criador do sítio e seus moradores disse em carta a um amigo: “A boneca de pano é como um espírito, ela entra nos dois dedos que batem o teclado e diz o que quer, não o que eu quero. Cada vez mais Emília é o que quer ser e não o que eu quero que ela seja. Fez de mim um aparelho”. Tagarela, espevitada, às vezes grosseira, a boneca de pano era amada pela trupe do Picapau Amarelo. Tinha dois palmos de altura, mais ou menos 40 centímetros, pesava 5 quilos e não tinha coração, li-te-ral-men-te. Casou-se por interesse, mas sonhava ser mulher de pirata e sua ave preferida era uma pombinha branca. Não tinha doenças humanas e não comia, e disso se ressentia. Certa vez pediu ao Visconde de Sabugosa que escrevesse suas memórias, mas logo o demitiu do cargo alegando que ele estava escrevendo verdades sobre ela, e afirmou: “Minhas memórias são diferentes de todas as outras. Eu conto o que houve e o que deveria ter acontecido. Sua dona a define como feita de algodão por fora e asneira por dentro, mas D. Benta acha que ela é uma fadinha maravilhosa.